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terça-feira, 17 de julho de 2012

PARADIGDEMAIS




Calma! Esta palavra não está grafada erroneamente! Se é que posso assim dizer, criei um “trocadilho contraído”. Quero escrever e dizer que como cristãos temos hoje em dia “PARADIGMAS DEMAIS”. Estamos a cada dia perdendo a nossa identidade por falta de referenciais bíblicos, pois os paradigmas dos quais dispomos para nos espelhar estão afastados das Escrituras Sagradas.
Paradigmas são modelos, padrões, normas, amostras, protótipos nos quais baseamos o nosso pragmatismo, as nossas práticas, o nosso “modus operandi” de viver, em fim a nossa vida. Os nossos pais, os nossos líderes, e a nossa cultura nos impõem e nos transmitem paradigmas. Não há como fugir deles. Eles estão por todos os âmbitos e facetas da vida e do cotidiano. Não dá para dizer que não seguimos nenhum paradigma porque sempre nos espelharemos em algo em todo o curso de nossa vida. Paradigmas são necessários porque ajudam-nos a nortear a caminhada.
          Temos paradigmas que norteiam nossas famílias, negócios, finanças, política, economia, estudos e as nossas igrejas. E no meio evangélico então, o que não falta são paradigmas. A grande questão é que fico meio preocupado com estes modelos em demasia porque a cada dia nos distanciamos mais e mais de um cristianismo bíblico e relevante devido ao fato de que os paradigmas podem criar sofismas. Sofismas são mentiras que parecem verdade; é o falso soando como verdadeiro, é o pirateado barato que se torna estereótipo do original e valioso.
Estou me referindo as nossas estruturas de igrejas. Aos modelos que herdamos e que criamos para “ser igreja” hoje. Os nossos modelos tem nos levado a viver um cristianismo pirateado, uma cópia muito ruim do verdadeiro cristianismo. Costumo dizer que é como se o que vemos hoje é a cópia da cópia, da cópia... Quando vamos reproduzindo um documento a partir das novas cópias vamos perdendo a clareza do original. Imagine uma bonita foto de uma linda paisagem. Se formos copiando e copiando e... O que resultará será uma imagem muito distorcida e diferente da imagem original. Foi isto que aconteceu com a igreja. A imagem que nos passaram não é a imagem original e todos pensam que é. Sabe o que é interessante? É que resolvemos guardar o original na gaveta! Não perdemos o original! Ainda o temos! Ele está ali bem pertinho de nós. Só que quando olhamos para ele tentamos adaptá-lo à nossa cópia barata. Ao invés de pegarmos a nossa cópia e tentarmos aprimorá-la para que fique igual ao original ou até mesmo descartar a cópia. Pegamos o original e o moldamos à nossa cópia. Estamos tentando moldar a Bíblia às nossas tradições, aos nossos paradigmas, aos nossos modelos aprendidos com os nossos predecessores. Vou contar um pouco da minha história para exemplificar o que quero compartilhar neste artigo.
Pus-me a pensar há pouco tempo que anos atrás tomei uma decisão da qual sou cobrado hoje. Parei de estudar aos quinze anos e retornei aos estudos aos vinte e seis anos depois de perceber que sem estudo não poderia me qualificar para o mercado de trabalho. Na época em que percebi que precisava estudar senti o chamado para o ministério pastoral e comecei a fazer um curso básico de teologia. Ao terminar o ensino médio, percebi que o curso básico que havia feito era básico mesmo! E resolvi fazer o bacharel. Já estava tendo a minha primeira experiência pastoreando uma congregação que eu e minha esposa plantamos no bairro onde morávamos e no meio do curso percebi que o bacharel também não me capacitaria completamente para exercer o ministério pastoral, pois há algumas lacunas na grade curricular. Terminei o bacharel sim, mas em meio aos estudos segui por outro viés a fim de me preparar para o ministério pastoral. Não que a teologia não seja necessária. Não é isto que estou dizendo. Para a prática ministerial resolvi estudar modelos de igrejas, discipulado, pequenos grupos e a vida de lideres de influência no meio evangélico a fim de aprender com quem já tinha experiência. Passei a última década de minha vida me preparando para o ministério pastoral e hoje, havendo a necessidade de fazer outra coisa, ou seja, de trabalhar secularmente, não tenho nenhuma capacitação específica. Investi os meus recursos, o meu tempo, as minhas convicções no meu chamado. Envolvi a minha família e outras coisas nisto tudo porque acredito que precisamos oferecer as pessoas um cristianismo genuíno, do contrário, daremos conta do evangelho que temos pregado.
Em minha busca por paradigmas, por modelos e por um evangelho bíblico estudei as mais variadas idéias: Igreja em células, MCI – Movimento para o crescimento de igrejas, Igreja com propósitos, meta-igreja, redes ministeriais, Desenvolvimento natural da Igreja. Analisei as experiências de pessoas como Paul (David) Young Cho, Ralph Neigbour, Juan Carlos Ortiz e outros. Li muitos livros, participei de muitas palestras, fiz muitos cursos, analisei o crescimento de igrejas como a Batista da Lagoinha, a Igreja Central do Evangelho Pleno em Seul, na Coréia do Sul e outras e, no fim, ainda assim percebi que voltar as Escrituras não é fácil por causa da estrutura que herdamos que sempre nos empurra para um cristianismo mais cômodo, consumista, legalista e distante do plano original de Jesus para a sua Igreja.

Dois patins diferentes

          Percebo que somos levados a optar pelo velho ou pelo antigo. Talvez você pergunte; E o novo? O novo só vai fazer diferença se fizermos a opção correta. O antigo é o bíblico; o velho são as nossas tradições e estruturas, os nossos velhos paradigmas. É como se tivéssemos um par de patins, mas em cada pé um modelo diferente do outro. Um é daqueles antigos, de rodinha; o outro é daqueles de gelo que possui uma lâmina embaixo que desliza no gelo. Não dá para pôr os dois no solo ao mesmo tempo. Não haverá harmonia e com certeza vamos cair. Temos que escolher entre patinar com o pé direito e utilizar o esquerdo para a propulsão ou o contrário. A maioria dos pastores prefere pôr o pé esquerdo e empurrar com o direito, ou seja; se apoiam no velho, nas tradições, nas velhas estruturas e utilizam a Bíblia (o pé direito) para dar propulsão. Temos que inverter. Se apoiar no antigo (princípios bíblicos) e aí sim utilizar os nossos paradigmas para ajudar na propulsão. E isso se estes paradigmas forem bons. Talvez nem precisemos, pois o modelo bíblico possui motor! E o patim vai andar sozinho! O combustível é a unção do Espírito Santo. Quando ele quer, ele utiliza as inovações e as nossas estruturas. O ideal mesmo é que usemos um par de patins iguais. Só que é tão difícil fazer a troca!

A igreja que você sempre quis

  Há pouco tempo estava em uma livraria evangélica observando lançamentos de livros e me deparei com um livro chamado “A Igreja que você sempre quis”. Comprei sem analisar o índice e imaginei que o livro trataria de princípios bíblicos para um ministério pastoral relevante. No início até gostei da frase que diz que “a prova da insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. Há pastores que estão fazendo isto a vida inteira. Chamo estes pastores de “repetidores”. Há pastores que são repetidores de paradigmas. Os paradigmas se tornaram mais importantes que as Escrituras. No meio do livro percebi que era mais uma tentativa de aplicar a Bíblia as nossas estruturas e não o contrário. Mas a leitura me fez pensar em algo interessante: Como é a igreja que você sempre quis? Como é a igreja que as pessoas querem? Pergunte-se a si mesmo. Já percebeu que esta rotatividade em nossas igrejas se dá por causa disso? O indivíduo hoje está aqui, amanhã está ali, e depois de amanhã está acolá. Depois volta para cá e assim vai. Parei para pensar que na maior parte dos casos os pastores e as igrejas visualizam uma igreja não como Jesus espera que queiramos, mas do jeito ou da maneira que elas querem porque os seus paradigmas os empurram para esta decisão.
          Como é a igreja que eu sempre quis? Há cinco anos eu pensava de uma forma, hoje penso de outra. Daqui a algum tempo com certeza pensarei diferente, pois a cada dia vou amadurecendo e descobrindo princípios bíblicos diferentes e a cada dia o Espírito Santo age de maneira diferente e precisamos seguir o vento do Espírito. Precisamos ser odres novos para que recebamos o vinho novo. Se continuarmos com as nossas velhas estruturas (odres velhos) o Senhor não enviará o Vinho novo. Na antiguidade o vinho tinha que ser removido de vasilha (odre) constantemente se não, ele repousaria no que eles chamavam de “fezes do vinho”, que eram resíduos do vinho que se instalavam no fundo do odre e comprometiam o sabor, o cheiro e a cor do vinho e este não valia para mais nada.

“Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou.” (Jr 48:11).

          A igreja está como Moabe, está assentada sobre as fezes do seu vinho. Elas receberam vinho novo há anos atrás, mas quiseram continuar guardando-o no mesmo odre e o vinho se estragou! Há denominações que nasceram debaixo do mover de Deus. Há igrejas que foram pioneiras de avivamentos que marcaram a sua geração, mas que encaixotaram o mover de Deus com suas estruturas, com seus odres que envelheceram e hoje estão repartindo um fétido e amargo vinho estragado que chamam de evangelho. Será que esta não é a situação de sua igreja ou denominação?
Tive uma experiência de pastoreio onde percebi que a Igreja que eu sempre quis não era a igreja que os crentes daquela congregação local queriam. Eu poderia decidir patinar com o pé esquerdo e propulsioná-lo com o direito, mas não o fiz. Alguns o fazem e conseguem apenas manter a estrutura funcionando, entretanto eu espero mais que manter as estruturas. Há pouco tempo conversando com um pastor a respeito de sua igreja perguntei-lhe como as coisas estavam e ele me disse muito satisfeito:

- Está tudo muito bem! Estou lá há dez anos, a igreja paga as contas. Não sobra nada, mas também não devemos nada. Como eu tenho o meu emprego a igreja não precisa assalariar um pastor. São 40 membros. Já tivemos cinquenta, mas hoje somos apenas quarenta.

Perguntei-lhe:

- Quantos anos tem a igreja?
- Vinte anos!

Não é isso que o Senhor espera de nós pastores com certeza. Não é isto que eu espero do meu ministério. Não estou dando ênfase a números, mas uma igreja sadia em vinte anos se reproduzirá e chegará a uma marca maior do que quarenta membros. Estas coisas só acontecem quando decidimos patinar com o pé esquerdo. Na realidade percebo que nosso trabalho consiste mais em manter a igreja funcionando do que realmente crescer em todas as direções porque deixar uma congregação fechar seria algo vergonhoso para a nossa história e reputação.
          Às vezes acho que as pessoas me veem como uma ameaça à ortodoxia quando começo a falar sobre voltar ao antigo e abandonar o velho. Eu entendo que é difícil abandonar o velho, só que há um problema; o antigo se renova, o velho se mantém. Temos que escolher entre uma estrutura que se renove através do agir do Espírito Santo ou uma estrutura que se mantém através dos anos pela misericórdia de Deus. Se resolvermos mudar o Senhor enviará o novo, se continuarmos como estamos o Senhor terá misericórdia de nós. Há muitos homens e igrejas inventando coisas novas, práticas novas, liturgias novas, mas Vinho novo só Deus pode enviar e Ele só enviará se os odres forem novos.
Vivemos hoje o fenômeno das chamadas “portinhas” de igreja. Aqui na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, há locais onde em um imenso quarteirão encontramos vinte, trinta ou quarenta igrejinhas. Sabe por que isto acontece? Porque as pessoas saem das igrejas maiores para viver o sonho de montar a “igreja que sempre quis”, o resultado é este emaranhado de portinhas e de estereótipos de igreja que vemos hoje. E vamos ser sinceros, há algumas coisas muito estranhas por aí que nem podemos chamar de igreja! Voltamos aos paradigmas. Cada pessoa sonha com uma igreja baseada em seus paradigmas.

A igreja como um organismo que se reproduz

Um livro que me fez repensar seriamente sobre modelos chama-se “Igreja Orgânica”. Este livro é simplesmente prefaciado por ninguém menos que Israel Belo de Azevedo, reitor do Seminário Batista do Sul, a maior instituição evangélica de ensino teológico da América latina. Fiquei estupefato ao ver um Batista da envergadura dele prefaciar uma obra como esta que foge completamente a estrutura batista brasileira. Recomendo a leitura deste livro àqueles que querem compreender mais sobre estrutura bíblica de igreja. Sei que o livro é muito questionado e é claro que deve ser, pois foge aos nossos paradigmas históricos, mas é uma leitura que vale a pena. E também não estou dizendo que você tem que concordar com tudo o que lá está escrito.
          Neil Cole, o autor fala-nos a respeito da igreja como organismo e defende que se a igreja é um organismo e não uma organização ela deve possuir um DNA, um código genético que garanta que ela se reproduza saudavelmente.
          Neil Cole e outros parceiros, através de intensa análise bíblica chegou à conclusão de que o DNA da Igreja se resume em três fatores fundamentais:

D – Divina Verdade
N – Nutrição de Relacionamentos
A – Apostolicidade da Missão

Deixe-me explicar isto melhor. A nossa estrutura deve preservar e valorizar três coisas principais:

1. A verdade divina - O genuíno evangelho que é mais do que conceitos frios, mais do que pregações e estudos, mais do que um livro de capa preta que levamos para o templo aos domingos. A verdade é o próprio Jesus dentro de nós. Quando vivemos e pregamos Jesus, a verdade está em nós. Até um analfabeto entende e tem a vida mudada. Até o homem mais letrado se rende a esta simples mensagem se abrir o coração para entendê-la. Trocamos a antiga exposição bíblica por oratórias de autoajuda, de vitória, que focalizam a bênção e não o abençoador. Sei que há exceções, mas as nossas Escolas Bíblicas Dominicais estão longe de levar as pessoas a viverem um cristianismo relevante. As pessoas passam anos e anos em uma EBD e não praticam as coisas mais simples da fé. Temos passado muita informação, mas ensinado pouca prática de vida diária como resultado de constante comunhão com o Senhor através da palavra.

2. Relacionamentos Sempre digo que se subtrairmos os relacionamentos do cristianismo o que sobra são reuniões frias, músicas que não fazem sentido algum, ensaios, cultos e muitas coisas que não mudam em nada a vida das pessoas. A base do cristianismo são os relacionamentos. A igreja primitiva iniciou as suas atividades priorizando relacionamentos e isto era levado tão a sério que eles repartiam tudo entre si para que ninguém tivesse necessidade alguma. Todos os dias eles se reuniam à mesa para refeição e oração. O culto da igreja primitiva resumia-se em três coisas básicas: oração, ensino e comunhão à mesa todos os dias. Nossos cultos estão longe desta estrutura. Se tivéssemos as nossas inovações, mas em meio a um ambiente como o citado acima estaríamos bem próximos, entretanto os nossos cultos estão mais para entretenimento, show e reuniões de autoajuda. Trocamos os relacionamentos por programações e a cada dia precisamos inventar programações mais atrativas.

3. Missão Se vivermos um evangelho genuíno (verdade divina). Se Vivermos relacionamentos profundos, verdadeiros e relevantes seremos compelidos a nossa missão como igreja. A igreja tem ensinado pouco a respeito da responsabilidade evangelística que cada cristão tem. Levar a verdade divina a outras pessoas não é responsabilidade de uns poucos, mas de todo cristão. Poucas pessoas compartilham a fé em Jesus com outras pessoas no dia-a-dia. Não há estímulo para isto e muito menos uma estrutura que propicie esta prática, pois resumimos o nosso cristianismo aos nossos cultos de domingo à noite onde cantamos, dizimamos, ofertamos, recebemos uma oração “abençoando” a nossa semana para que sejamos vitoriosos e depois retornamos para as nossas casas para recomeçar a semana novamente.
Entenda uma coisa. Não sou contra conjuntos, duetos, coreografias, EBD, departamentos e tudo o mais que praticamos hoje. Em momento algum estou propondo que a Igreja de Deus precisa abandonar o seu legado de 125 anos de história. O que estou afirmando é que alguns paradigmas nos distanciaram da estrutura de igreja que a Bíblia nos apresenta. Estas coisas teriam valor se nos levassem a praticar o que Neil Cole nos apresenta como o DNA da igreja. As nossas estruturas precisam nos levar a viver a verdade, relacionamentos profundos e missão relevante. Mas, ao contrário tem nos afastado do DNA. E sabe o que é triste? É que as pessoas não se dão conta disso porque o modelo de igreja que aprendemos com a tradição nos ensinou a fazer as coisas sempre de uma mesma forma. Para a gente o anormal virou normal. No DNA humano nada pode ser tirado ou acrescentado, se não, teremos um ser anômalo. As pessoas que tem síndrome de DOWN tem uma espécie de pequena alteração genética e por isso elas são diferentes. Não estou dizendo que estas pessoas são anormais, estou alertando para a alteração do DNA. O que percebemos hoje na igreja é que por alterarmos profundamente o seu DNA encontramos igrejas atípicas, doentes, estéreis, anômalas.
Neil Cole lidera uma agência de plantação de igrejas que iniciou mais de 700 igrejas em 32 estados dos Estados Unidos e em 23 países em seis anos. Essas igrejas são chamadas de igrejas simples. Eles funcionam em casas, garagens, galpões, salões de empresas e até mesmo em lanchonetes. São igrejas formadas por Três a quatro famílias, às vezes bem mais, entretanto elas começam pequenas, com duas ou três pessoas que querem compartilhar a fé em Jesus com seus parentes e amigos. Não estou dizendo que devemos adotar este modelo. Estou mostrando que enquanto pensamos se devemos ou não alterar a nossa liturgia e estruturas há pessoas que entenderam a simplicidade da fé e tem alcançado muito mais pessoas do que nós com a nossa “ortodoxia” e “sã” doutrina que tentamos preservar.
Há um fato que deixa os estudiosos intrigados. “Quando o comunismo tomou conta da China e iniciou-se o período chamado de “cortina de ferro”, havia na China um pouco mais de um milhão de crentes. Durante muitos anos ninguém tinha a ideia de como os crentes lá estavam se comportando. Templos foram queimados e destruídos, pastores eram obrigados a delatar os seus membros, muita gente morreu pelo testemunho de Cristo. Achava-se que não se encontraria mais nenhum crente lá e, para surpresa de todos, quando o país começou a se abrir, havia cerca de cinquenta milhões de crentes! O que aconteceu? As pessoas se reuniam em pequenos grupos às escondidas e levavam os seus parentes e amigos mais próximos para as reuniões. Naquele período da igreja chinesa, e ainda hoje acontece, era impossível realizar programações, as reuniões eram simples, destinadas somente à oração, meditação bíblica e o compartilhar e a história nos mostra os resultados.”. (O Ciclo Vital da Vida espiritual – Pr. Valdecy de Jesus Marques, pág 114)

Temos notícias de que em meio ao comunismo e a perseguição na China, há uma igreja vívida e crescente no interior do país. Há meninas adolescentes de 15 e 16 anos que pastoreiam duas a três igrejas devido à falta de obreiros. Há poucos lugares no mundo onde a igreja tem tido mais avanço do que naquela região. Analisando estes fatos me sinto envergonhado ao constatar o quão pouco tenho produzido nos últimos anos.
O bom é que nem tudo está perdido. A situação não é tão degradante como alguns fazem parecer porque há pastores e pastoras que tem ousado romper com os paradigmas. Há pessoas bem próximas a nós que tem se disposto a pagar o preço para que as mudanças aconteçam. Voltar ao cristianismo bíblico é mais fácil do que muitos podem pensar. Basta uma total rendição ao Senhor. Basta sinceridade diante de Deus para que vivamos os sonhos dele e não os nossos. Basta entregarmos de fato o controle da igreja ao Cabeça, a Jesus. Precisamos deixar Jesus realmente ser soberano em nossas vidas e não apenas uma figura decorativa. Precisamos ter a humildade de nos sentarmos aos pés daqueles que já descobriram este cristianismo bíblico para aprendermos com eles. É uma questão de conscientização e atitude.
Espero que a “vida” e Deus me deem a oportunidade de não apenas fazer diferença no mundo, mas de me doar para que as pessoas sejam diferentes, para que as igrejas sejam diferentes, para que as pessoas vivam um cristianismo diferente. Eu tenho empreendido a mina vida nisso e este é um caminho sem volta.

          Pr. Valdecy de Jesus Marques

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